segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo

Estar sozinha no ano novo é melhor que passar o reveillon presa no elevador, como no anterior. Também está sendo melhor 2008 sob a ótica da certeza que encontrarei alguém mesmo tendo aposentado o baralho da sorte e mais ainda no credo de que não existem coincidências (fortalecido após uma tarde de interpretações do Apocalipse com um grande e amado amigo). Este cenário apenas se torna melhor se agregadas à melancolia e à sensação pós-grande-filme.

“Mais Estranho que a Ficção” é o sugerido filme que possui como Herói um personagem de uma tragédia denominada “Impostos e Morte”. Após assistí-lo, por força do destino, abri meu msn e dei de cara com o nick "As únicas coisas certas nesta vida são a morte e os impostos, portanto vamos continuar pagando impostos em 2008", frase de um liberal amigo meu. Mais irônica que esta coincidência é o fato de que o mocinho do filme, de uma forma surreal, começar a ouvir a narração do livro ao qual pertence e descobre que está em estado de “morte iminente” adiada por um bloqueio criativo de sua autora. Partindo do mesmo apelo que fazemos ao buscar videntes intencionando alterar nossos destinos, o personagem da tragédia/comédia, nosso auditor da Receita Federal, entendedor de taxas e impostos e até então não consciente da importância da vida, decide comprar uma guitarra, valorar as amizades, se apaixonar e encontrar a escritora implorando à mesma o adiamento do inevitável: seu falecimento.

Desejo a mim e a vocês, meus leitores imaginários, que como no filme, num passe de mágica, esta publicação possa alterar o rumo de nossas vidas, trazendo às mesmas a beleza de uma canção de Beatles (sugestão do roteirista). Esta é minha mensagem de final de ano....

se a obra é a soma das penas pago mas quero meu troco em poemas
Ressaltando que a frase acima é a atual de meu msn, que a imagem é do filme e que o vídeo abaixo é de Beatles....

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Antecipação

A pedra bruta
Gostar tanto e bem
Defesa na muralha oculta
E no medo também
Inábil para ser completa
Estonteada por ser repleta
A beleza tua
Antecipada
Pura
Nua

Ponto


Você conhece alguém que adianta o relógio em alguns minutos para evitar atrasos? Nunca consegui me enganar e chego sempre atrasada. Certa vez uma professora da cadeira de psicologia me disse que isto é proposital, que tem relação com vontade de não trabalhar; o que ela não sabia é que meus atrasos não estão limitados ao emprego pois estou sempre atrasada na faculdade, nas festas e em quase tudo. Será que isto é um desejo inconsciente de não viver? Em suma, os psicólogos organizacionais são mesmo cretinos.


Nem um pouco britânica e muito menos brasileira em outras situações. Costumo me antecipar em todos os relacionamentos, independentemente de serem amorosos. Concluo pensamentos alheios, razões por não ligações ou não atendimento às mesmas e, freqüentemente, inicio paixões e namoros que nunca acontecerão.


O ponto crucial (odeio jargões) deste vocábulo é literalmente o ponto: porção de linha que fica entre dois furos de agulha ou de sovela, ao coser; pequena mancha arredondada; sinal semelhante ao que deixa uma picada de agulha; limite ou intersecção de linhas; a extensão, em abstrato, sem dimensões; assunto; questão; matéria; ensejo; instante; situação; sinal de pontuação com que se encerra um período; sinal do mesmo feitio usado em abreviaturas e sobre o i e o j; fim. Fim.

domingo, 18 de novembro de 2007

Para além do bem e do mal

Manoel, embora não pareça, é o nome do meu cachorro. Todos os dias quando chego para o almoço, ao abrir o portão, ele sai para passear. O passeio dura cerca de dez minutos, caso ele retorne e fizermos um aceno de consentimento, ele sai para mais uma volta com o rabinho abanando.

Estou lendo Nietzsche novamente. Incrível como esse alemão consegue nos fazer ir e vir, desistir e insistir. Ele trabalha bastante os conceitos de bem e mal e a construção da moralidade de forma que a verdade e a falsidade não mais existem, tudo se resume à multiplicidade, pois tudo é interpretação e o bem e o mal são relativos, e apenas válidos para as relações de poder estabelecidas. Desse modo, os valores estariam para além da moral, pois seriam compostos pelas relações de poder criadas pela sociedade. Isso o torna mais instigante porque nos permite entender suas idéias como um instrumento que servem para demarcar as possíveis interpretações de mundo, e não como verdades.

Por conseguinte, se torna irrelevante julgar se os juízos de valor sobre a vida são verdadeiros ou falsos. Já que a vida é o fundamento da invenção dos valores, ela não pode ser avaliada ou nomeada, conceituada. Todo juízo de valor está sujeito às condições de vida e varia com elas. Coloco-me no lugar dos juízes e “proprietários da lei”. Como condenar alguém que cometeu um crime sem conhecer sua história de vida? Como interpretar os culpados, os verdadeiros culpados? Seria o sistema o responsável pela fome, a miséria, o crime e a “falta de moral”? Qual a responsabilidade de Deus? E do Estado?

Exemplo da dificuldade de conceituar a vida, nossas ações e interpretações foi o comportamento do Manoel hoje. Domingo e, para variar, dormi demais. Minha mãe resolveu abrir os portões da liberdade para que meu cachorrinho pudesse dar o habitual passeio; mas ele não foi. Seria completamente imoral, mau e errado sair para passear sem que eu o permitisse, sabendo ele que eu estava em casa. Pois para não ser excluído de seu quadro social com comportamentos imorais, ele ficou esperando que eu despertasse do meu pesado sono e o permitisse à liberdade.

Por mais incrível que pareça, o pensamento nietzschiano que tem me dominado me fez permanecer o restante do dia com “peso de consciência” e certamente amanhã ele ganhará um grande osso como pedido de desculpas. Não me resta dúvida que é a atitude que melhor representa a bondade humana que eu, preguiçosa e boa de cama, poderei ter. E, é claro, publicar uma foto dele dormindo com cara de ressaca (rs) relativamente não é imoral ou vingança.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Tropa de Elite


O filme brasileiro do diretor José Padilha, “Tropa de Elite”, teve grande repercussão antes mesmo do lançamento pois foi pirateado e vendido meses antes de chegar aos cinemas.

O polêmico tema que trabalha as favelas, o tráfico, a corrupção e a violência, coloca os usuários de drogas como responsáveis pela criminalidade e mortes. Outro aspecto polêmico do filme foram as torturas aplicadas tanto pelos traficantes como pelos policiais, inclusive no treinamento do BOPE. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) é uma tropa de elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, criado em janeiro de 1978 e considerado a SWAT brasileira. A tropa é adotada em operações de alto risco, em especial incursões em favelas usando de violência e armamento pesado, principalmente quando a “PM não dá conta”, como revela o filme.

Essa incurção da polícia utilizando de violência maior que a dos traficantes, numa espécie de queda de braços com os mesmos, segundo a Revista Superinteressante não tem apresentado resultados bons e sim frustrantes. Segunda a mesma reportagem, a solução seria uma aproximação entre a polícia e a comunidade e a realidade atual tem demonstrado um afastamento cada vez maior entre ambas.

Da mesma forma que a pirataria não conseguiu afastar o público dos cinemas no lançamento do filme, a violência cada vez maior da polícia não tem inibido o crime organizado do Rio de Janeiro. E esse é o ponto que a imprensa deveria focar deixando em paz o estudante que fuma seu baseado e preocupando-se mais, por exemplo, com a questão da legalização da mesma.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Aposentadoria

A respeito de meu desejo de nada; meu contínuo cansaço e desmotivação; minha covardia de sentir, escrevi:

Anestesia, meus sentimentos a cada dia
Cinesia, continuar mesmo vadia
Ausência, minha existência
Fundem-se o desejo de permanecer no ópio
e a ânsia de não mais frustrar-se com ódio
Aposentadoria (Dayani Guero)

Após escrever essas linhas lembrei de Hilda Hilst e desisti. Segue para análise, imploro a não comparação, leitores:

Tenho pedido a todos que descansem
De tudo o que cansa e mortifica:
O amor, a fome, o átomo, o câncer.
Tudo vem a tempo no seu tempo.
Tenho pedido às crianças mais sossego
Menos riso e muita compreensão para o brinquedo.
O navio não é trem, o gato não é guizo.
Quero sentar-me e ler nesta noite calada.
A primeira vez que li Franz Kafka
Eu era uma menina. (A família chorava).
Quero sentar-me e ler mas o amigo me diz:
O mundo não comporta tanta gente infeliz.
Ah, como cansa querer ser marginal
Todos os dias.
Descansem anjos meus.
Tudo vem a tempo
No seu tempo.
Também é bom ser simples.
É bom ter nada.
Dormir sem desejar
Não ser poeta. Ser mãe. Se não puder ser pai.
Tenho pedido a todos que descansem
De tudo o que cansa e mortifica.
Mas o homem
Não cansa.
Roteiro do Silêncio
Do amor contente e muito descontente(Hilda Hilst)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Monalisa

Entre ônibus e esquina
Olhares são cartas de cigana
Fome, desejo, política
Como cores de Ruanda
Ri

Menina e mulher
Funde-se na cumplicidade
Família, cachorro e o vier
Clamam amor em estranha cidade
Sorri

No apogeu do desejo
Simplicidade do momento
Camas sobrepostas e nascimentos antepostos
Receios em fomento
Caí

Carência, diferenças
Mudanças, renascimento
Minhas crenças
Aguardo, num momento
Aqui

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Abaixo rótulos. Viva o cabelo revoltado.

Sempre odiei novelas, obviamente que estou falando enquanto adulta porque as crianças assistem à tudo e aceitam como legal por não terem capacidade de discernimento e como prova desta afirmação cito que eu, por exemplo, quando criança gostava de uma novela sobre reis, salvo engano “Que rei sou eu?”. Minha ojeriza por novelas me levou a crer, até uns dois anos atrás, que os seriados americanos também eram lixo e o fato de muitos serem rotulados como “cults” aumentou meu menosprezo. O fato é que num momento de estrema carência e cansaço da noite eu apelei para os “Friends” e percebi que além de divertidos os seriados também são praticamente fluxetinas.

Dentre esses seriados o que mais me atrai é o “Sex and the City” que trata de maneira extrovertida as questões relacionadas ao sexo e aos desejos das mulheres solteiras e “independentes”. A personagem principal, Carrie Bradshaw escreve semanalmente para um jornal sobre relações interpessoais e sexuais e possui três amigas, também solteiras, que juntas discutem sexo, fazem compras e buscam na noite um refúgio para suas carências. Ela é um símbolo de elegância, bom gosto e requinte. Um dos epsódios mais engraçados relata um convite recebido pela socialite para fazer a capa de uma revista que trataria das mulheres solteiras e deslumbrantes e a sessão de fotos foi agendada para sábado de manhã. O problema é que Carrie se animou nas tequilas de sexta a noite e acabou se atrasando e tirando fotos com o cabelo completamente bagunçado, olheiras, cara de quem não dormiu e com um cigarro aceso. O editorial da revista acaba incluindo um ponto de interrogação depois do adjetivo “deslumbrantes”.
Bom, o foco é outro, quero registrar algo quer me deixou bastante triste. Encontrei na internet hoje a seguinte manchete: Sarah Jessica Parker lidera ranking das mulheres "menos sexy". Poxa vida! Ela para mim é extremamente atraente, me identifico com sua maneira de se vestir e com o cabelo, principalmente, pois odeio a pranchinha. Ontem estava conversando com uma pessoa que conheci no evento que estou participando sobre rótulos e estereótipos. Por que uma mulher deve ter os cabelos lisos e se vestir de forma comum para ser sexy? Sinceramente penso que os homens que não seguirem a rotulagem proposta poderão ter belas surpresas ao perceber que o diferente se torna mais atraente que o previsível.


terça-feira, 16 de outubro de 2007

Ode ao desencanto

Quando era adolescente em uma consulta médica, a louca loira que não parava de tentar consertar seu colar de miçangas, me dizia que antes de nos entregarmos a alguém precisamos conhecer esta pessoa em diversas situações: odiando, raivosa, frustrada, falindo, viajando, enfrentando a morte de um ente, sorrindo, entre outros: foram, pelo que me recordo, aproximadamente uns trinta minutos de ladainha. Deduzi, na época, que precisaria namorar uns trinta anos e talvez nunca me sentiria pronta a entregar minha flor (como diria a Monica do seriado Friends) a alguém.

Como a intenção não é fazer apologia à manutenção ou não da virgindade e sim questionar o quanto as pessoas se permitem conhecer em uma relação, mudemos de assunto. Já que somos como icebergs e só mostramos aos outros uma pequena parte do que somos, o quanto do restante poderá ser descoberto com o tempo, ou não? A questão é que as vezes não queremos mostrar essa parte e também estamos impossibilitados de mostrar a integralidade já que nem ao menos temos (cons)ciência da mesma, segundo a Psicologia, é claro.

Gosto muito do filme Closer – Perto Demais de Mike Nichols, que trata do quanto o afeto está cada vez menos valorado nas relações contemporâneas que exigem do parceiro um comportamento adequado e um pouco de sexualidade, apenas. A moça da imagem é um dos personagens do filme, os quais estão presos uns aos outros, mesmo que na verdade saibam que “aquilo” nunca será o que realmente sonham. Os quatro personagens, absorvidos com a satisfação de seus próprios egos, acabam percebendo que o sexo e a formalização de um relacionamento “estável” não necessariamente significam a verdade ou a cumplicidade. Recomendo.

Ode ao desencanto:

Você nunca me viu irada, não imagina como sou quando tenho ódio, não conhece meu lado vingativo e nem desconfia como sou quando fracasso ou me decepciono. Você desconhece o quanto sou ignorante de muitos assuntos e quanto sei de outros que nunca importaram a você. Não sabe como sou amiga das pessoas que amo pois não teve a oportunidade de ver ou ainda não soube interpretar algumas poucas vistas.

Não soube que fui fiel à possibilidade de concretização de seus planos mesmo não tendo os meus ou sabendo que teria que me adequar já que não eram os mesmos que os meus. Não desconfia que significou a mudança tão almejada e mais uma vez desperdiçada pela dureza de meu peito. Não sabe que dentro da complexidade do meu ser há uma simplicidade incondicional de potencial amor. Não sabe, não pôde ou quis saber, e jamais saberá.

Para piorar você nunca entenderá Caetano pelos dois motivos os quais, esses, você conhece.

You Don't Know Me
Do disco TRANSA de Caetano Veloso

You don’t know me
Bet you’ll never get to know me
You don’t know me at all
Feel so lonely
The world is spinning round slowly
There’s nothing you can show me
From behind the wall
Show me from behind the wall
Show me from behind the wall
Show me from behind the wall

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Basquiat e Itamar Assumpção



"já que você não merece devolva minhas preces
meu canto meu amor meu tempo por favor
e minha alegria que naquele dia
só te emprestei por uns dias
e é tudo que me pertence
PS: já que você foi embora porque não desaparece"
A intensidade do sentimento de inquietação ao apreciar a tela de Jean-Michael Basquiat e o excerto do poema de Itamar Assumpção não são as únicas semelhanças que podem ser abstraídas destes artistas.

Além de levar à arte sentimentos que acreditava serem exclusivamente meus, ambos são negros e destacaram-se no chamado mundo artístico independente e alternativo. O primeiro foi grafiteiro das ruas de Nova York e o segundo bradava ser um “artista popular!” quando era adjetivado como "artista maldito" pelos críticos que o consideravam “difícil”.

Conceituais, neo-expressionistas ou abstratos? Não sei, para mim: capazes de exprimir saudades e desejos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Xô CPMF

“Ficou paraplégico após assalto na saída do banco. O dinheiro que atraiu os marginais foi seu salário sacado para pagar as contas. O motivo do saque foi evitar a CPMF”.

A CPMF é contribuição social autorizada pela Emenda Constitucional n.º 12/96, incidente sobre a movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira com finalidade de financiamento das ações e serviços de saúde. Com essa base, foi editada a Lei n.º 9.311, de 24 de outubro de 1996, que instituiu a mesma e conceituou movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira como “qualquer operação liquidada ou lançamento realizado, pelas instituições financeiras, que representem circulação escritural ou física de moeda, e de que resulte ou não transferência da titularidade dos mesmos valores, créditos e direitos”. A definição do fato gerador da contribuição é descrita em seis incisos no art. 2º, e eu defino-os como “movimente seu suado dinheiro em instituições financeiras que o governo papa o mesmo”.

Muitos motivos me levaram a posicionar-me desfavoravelmente à prorrogação, e um deles é a argumentação falsa do governo PT que alega que a saúde brasileira depende do recurso depois de ter votado e trabalhado contrariamente a sua aprovação em 1996, aplicar uma péssima gestão no setor e ter índices altímissimos de corrupção. Isso é o que podemos descrever como oposição burra e a ignorância sempre me irritou. Em 1999 a CPFM já deixava de ser de 0,25% e passava a custear a previdência social e o fundo de combate a pobreza com a alíquota de 0,38%.

Depois da decepção de Renan na Câmara, agora a melancolia da CPMF. O interessante é observar que praticamente todos que apóiam o Calheiros são adeptos à eternização da contribuição que é provisória só no nome. Veja a orientação dos partidos na votação da Câmara dos deputados em 09/10/07: Sim (Pmdb / Psc / Ptc / PT / Psb / Pdt / PCdoB / Pmn / Phs / Prb / PR / PP / PTB / PV). Não à prorrogação: (DEM/PSDB/ PPS/PSOL). Seguindo essa lógica a sessão foi encerrada com a vitoria do sim com o placar de 333 x 113.
O Mato Grosso possui 8 deputados dos quais os 7 votos favoráveis foram do PT, representado por Carlos Abicalil; do PP de Eliene Lima e Pedro Henry (PP); do PMDB posicionado pelo Professor Victorio Galli; do PSB de Valtenir Pereira e do PR de Maggi e Getúlio Viana, aliados de Lula com os votos de Wellington Fagundes e Homero Pereira. O único voto contrario foi da viúva Thelma de Oliveira do PSDB.

Agora é só rezar para que a oposição “feche o cerco” e aproveite a desmoralização Calheiros no Senado para impedir a prorrogação. A título de informação, os senadores mato-grossenses são três, dois do DEM que votarão contra a prorrogação, Jaime Campos e Jonas Pinheiro e a Serys, petista, que será favorável ao governo e à CPMF.

Também a título de informação, lembro que:

· um valor qualquer de dinheiro, depois de passar por 263 transações financeiras, vai inteirinho para os cofres do governo
por causa da CPMF;
· que o governo cobra a CPMF quando você vai pagar um empréstimo feito no banco;
· que a CPMF deveria vigorar por apenas 2 anos mas que já dura mais de 10;
· que em Janeiro de 2007, em relação ao mesmo mês do ano passado, a CPMF teve um aumento de 21%!
· que a CPMF tem efeito cascata;
· que estados e municípios não têm participação na
arrecadação com a CPMF.

Meu apelo é que, nós tupiniquins, lembremo-nos dos nomes favoráveis e desfavoráveis e comecemos um trabalho de ativação de memória política.
"A política é a continuidade da guerra por outros meios"

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Meteoros, políticas e outras catástrofes

Devo admitir que me tornei política, mesmo que tenha afirmado que não para muitas pessoas recentemente. Chocante essa afirmação, mas depois de uma auto-análise cheguei à conclusão: faço trabalhos sociais, tenho a tal da rede de relacionamentos, entre outras características.

Mesmo não sendo filiada em nenhum partido e não me candidatando a nada admito que, aprendi um pouco, a articular: sou oposição assumida e trabalharei na próxima campanha eleitoral. Mas o que me preocupa é por que os atuais políticos não se descrevem como tal. Em conversa com um senhor, que esteve na minha casa me convidando para participar de uma convenção partidária, ele (após uma hora de conversa sobre eleições, votos e futuros candidatos) bateu no peito e disse: EU NÃO SOU POLÍTICO!

Não sei o que anda acontecendo com a classe: ninguém mais se assume. O bonito é dizer que não é político, que não participa da sujeira, não usa óleo de peroba, coisa e tal. O que mais me tem feito sentir asco ultimamente são os tais "Pactos pela Governabilidade". Estes, que são a união de pessoas "apolíticas" em nome do bem-estar social, estão cada vez mais se intrometendo no que denominam mundo corrupto e permitindo que a democracia não seja colocada em prática. Aconteceu em Primavera e agora em Brasília para absolvição de Renan Calheiros.

Já que os políticos estão em extinção nos resta esperar que surja um super-homem de Nietzsche. O super-homem do filósofo seria gerado, através da vontade de poder, manifestada destrutivamente pela rejeição, rebeldia e rebelião contra velhos ideais e códigos morais; através também da vontade de poder, manifestada criativamente em superar o niilismo e em reavaliar ideais velhos ou em criar novos e enfim, de um processo continuo de superação.

Como não acredito que a humanidade, principalmente os brasileiros, esteja criando culturalmente um ambiente favorável à este tipo de super-humano, passei a esperar que tenhamos um herói para nos salvar da situção política atual. Assim como o super-homem veio de Kriptônia, quem sabe o salvador político da America Latina tenha chego com o meteorito que caiu no Peru no último domingo?

Vamos rezar!!!!!!!!

domingo, 9 de setembro de 2007

Sete de Setembro - Parte II

  • Em Sete de Setembro comemoramos a Independência do Brasil, que normalmente aparece nos livros com uma imagem de Dom Pedro I empunhando a espada e gritando “Independência ou Morte”.

    Todos nós sabemos que isso não é verdade e que o que houve foi que, depois de um agosto de desgosto, Portugal enviou a notícia em 02 de setembro e que a mesma apenas chegou ao imperador em Sete de Setembro de 1822 em forma de papéis e não de cavalos, espadas dragões. Alguns culpam os correios de incompetência até hoje!

    Para registrar a história sob minha ótica, afinal o blog não deixa de ser uma espécie de diário, confirmo:

  • Em 2007 não houve chuva em Pva do Leste, nem desfile para mim, afinal não mais sou professora nem estudante;
  • Brasília esperava 40 mil pessoas, mas não conseguiu o número de 25 mil. A oposição alega que o presidente Lula perdeu o carisma;
  • Lula posou para fotos em uma moto estilizada feita por americanos que homenageia Brasília e os 100 anos de Niemeyer;
  • Renan não compareceu e o presidente ignorou o repórter que o questionou sobre a presença do mesmo que terá processo de cassação na segunda-feira;
  • Em Maceió, policiais civis e médicos em greve, protestam e impedem o tradicional desfile. O governador, obrigado a descer do palanque, moverá ação civil pública contra os manifestantes;
  • Muitos acidentes graves e estradas congestionadas em todo o país;
  • Por incrível que pareça, os aeroportos brasileiros registram atraso em apenas 12,8 % dos vôos;
  • A aeronáutica levantou vôo nos seus caças sucateados que só se movimentam para aparecer na novela da Globo ou para esta data;
  • Hoje 09 de setembro está sendo comemorado o Brazilian Day em N.Y e a Seleção Brasileira de Futebol ganhou dos americanos em Chicago;
  • Eu acampei durante o feriado.
Hino da Independência
Já podeis da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil,
Houve mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil;
Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil;
Parabéns, ó brasileiros!
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil;

Sete de Setembro - Parte I

Chegamos a Sete de Setembro. Desde que moro em Mato Grosso o que mais me atrai neste feriado é porque sempre chove, ou melhor, quase sempre. O problema é que este ano não teve nem nuvem e a previsão de um pouco de água (menos de 10 mm) é apenas para a segunda quinzena. Embora o mês do desgosto tenha acabado ainda estamos enfrentamos a seca, que acredito ser a pior de todos os anos.

Por que mês do desgosto? Pesquisando, descobri que não são apenas os mato-grossenses sofridos com a seca que o consideram um mês de azar, e sim praticamente o mundo inteiro. Encontrei a origem do agosto: homenagem ao imperador romano Augusto. Em relação à origem do desgosto, nada na internet. Mas fiquei sabendo também que as mulheres portuguesas não casavam nunca no mês de agosto, época em que os navios das expedições zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viúva, daí a origem brasileira da lenda. Já as “alemoas” têm como agosto o mês das noivas. Na Argentina, não é aconselhável lavar a cabeça durante todo o mês de agosto, pois isto significa chamar a morte.

Por que da seca intensa? Acredito que o desmatamento da Amazônia, cada vez maior, aliado a essa bagunça toda que está ocorrendo no mundo nos assuntos ambientais como superaquecimento e outras “cositas”. Meu maior medo é a desertificação, imaginar esse Estado que tanto amo deixando de ser Cerrado e se transformando em mais um Nordeste Brasileiro. Apenas para lembrar: quando era criança as duas coisas que mais me chamavam atenção aqui eram: ser tudo retinho (planície) e ver as nuvens e a chuva se aproximando.


A curto prazo o maior problema é que, se o período da seca se tornar cada vez menor, muito mais se inviabilizará o cultivo da soja, nossa moeda de maior valor na região. O meu pouco entendimento do assunto preocupa-me em três principais pontos: haverá cada vez menos tempo para que se complete o ciclo da cultura; o plantio estará cada vez mais tardio propiciando o aumento das doenças fúngicas como a ferrugem asiática; a TPP (tensão pré-plantio) será cada vez mais intensa e longa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Nepotismo Musical

filha


mãe

Ouvindo Maria Rita lembrei-me do tema da moda: Nepotismo. A palavra, que vem do latim, significa neto ou descendente e é o termo utilizado para adjetivar o favorecimento de parentes que acaba prejudicando pessoas mais qualificadas nos cargos e funções.

Voltando ao passado, nos tempos em que a Igreja tinha poderes de Estado, usava-se a palavra sob as relações do papa com seus parentes, mas atualmente a mesma é utilizada para os privilégios cedidos ao parentesco no funcionalismo público, que apenas em 2007 foram definitivamente proibidos pelo Tribunal de Justiça.
Temos como exemplos de adeptos da prática políticos como Napoleão Bonaparte na França, que tinha três irmãos como reis e Getúlio Viana em Primavera do Leste. Acredito que o pior e mais injusto dos nepotismos seja o público pois quem paga pelos altos salários e custos da incompetência somos todos nós, os não pertencentes à árvore genealógica.

As grandes corporações proíbem o nepotismo no setor privado, mas ainda existem empresas que privilegiam pessoas justificando que é questão de confiabilidade. Sabemos que as empresas familiares têm sido drasticamente reduzidas porque o profissionalismo e as relações familiares costumam não ser condizentes e hoje se questiona o emprego de parentes como atitude anti-ética e irracional. Há quem diga que o Nepotismo é instintivo, uma maneira de seleção familiar e, seguindo essa linha de pensamento, podemos designá-lo como irracionalíssimo, já que todo instinto é sinônimo de ausência de racionalidade.

Já estava me esquecendo da Maria Rita. A grande cantora é filha de Elis Regina e diz não gostar de comparações embora seja nítida a vontade de igualar-se à mãe. Digo isso pois a mesma utiliza os mesmos cacoetes de voz e preocupa-se muito em “cantar com emoção” , assim como a finada, que nos comovia a cada canção. Dessa forma, classifico também como nepotismo a fama advinda de parentes como ocorre no caso de Wanessa Camargo embora nesse caso não possamos utilizar o adjetivo cantora nem tampouco grande.

Para deleite e inevitáveis comparações vídeos das duas monstras intérpretes:
mãe

filha

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Quando ela dorme em minha casa o mundo acorda sorrindo

Se Rhonda Byrne conhecesse Zeca Baleiro provavelmente o convidaria para ser missioneiro de O Segredo pelo mundo. Ironias à parte, quero escrever um pouco a respeito do boom que fez com que muitos acreditassem que o mundo fica feliz quando há satisfação de uma carência particular de um compositor popular.

Independentemente de como tenhamos conhecido aquilo que deixou de ser segredo e que já possibilitou à citada o acúmulo de mais de U$$ 48 milhões em menos de um ano, há que admitir que nos sintamos atraídos e curiosos pelo The Secret. A possibilidade de modificarmos o universo com pensamentos positivos aliada ao marketing, nos torna bastante ideologizados (no conceito marxista) até que nos deparemos com a impossibilidade deste sonho ser real.

Dentro do estudo do marketing há distinção entre moda e modismo devido às suas durações no mercado. Acredito que neste caso seja moda e que o produto já tenha atingido seu estágio de maturidade (principalmente nos países desenvolvidos onde foi primeiramente lançado). Como quase administradora, aconselho agregar valor e lançar um novo modelo que culpe os consumidores pela ineficácia, algo como “Dez passos para manter sua mente positiva por 24 horas”, objetivando manter-se neste estagio do gráfico de vida útil do produto.

Esquecendo um pouco o senso comum e ressaltando a cientificidade do assunto destaca-se que os adeptos desta nova “filosofia” de vida a justificam pela física quântica. A capacidade de alterar a realidade com o pensamento (positivo) funciona da mesma forma como os cientistas imobilizam um elétron em laboratório para poder estudá-lo. Sabendo que assim que o instrumento é solto se torna impossível descobrir o rumo do elétron, gostaria de saber o que acontecerá com o universo quando pegarmos no sono ou precisarmos pensar em outra coisa como exemplo satisfazer necessidades fisiológicas?


Desculpe pela intransigência, mas possuo outro questionamento: já que tudo está conectado, independentemente do espaço (mais ou menos como o processo que foi chamado por Einstein de “ação fantasmagórica à distância”), eu necessariamente estaria a todo momento mudando o destino de outras pessoas e elas o meu. Como ficam os times de futebol? Eternas partidas com resultados alterados o tempo inteiro pelos torcedores?

Acredito e a ciência comprova que o pensamento positivo altera nossas condições biológicas e poderemos ter uma vida melhor, freqüentar melhores ambientes e relacionarmo-nos com pessoas positivas se formos alegres e comunicativos, com hábitos saudáveis.

Antes de concluir gostaria de fazer um apelo aos ambientalistas e economistas. Atenção!!!!!! Se eu estiver errada haverá muita escassez e o planeta corre grande risco de colapso, a não ser que materializemos um novo planeta!

"Pois toda essa beleza que te veste vem de meu coração que é teu espelho. O meu bem é bem melhor que tudo posto".Willian Shakespeare

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Para Dara

Ser quase humano e completa
Em breve capaz da percepção dos sentimentos vivos
Então. Serás repleta
Em posse, todos dias idos
O que ao menos um pouco no presente insisto

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Rio das Mortes com lua cheia

Fim de semana regado de desejo de ser índia, xavante preferencialmente. Sábado com fogueira e lua preparando-se para ser cheia, amigos e violão. Domingo de sol e passeio noturno no Rio das Mortes.

A foto acima foi pescada na internet e retrata o luar no Rio das Mortes, que tem muitas lendas e justificativas para seu nome. Desde às enchentes assassinas às guerras entre garimpeiros e índios ou produtores e os mesmos. Há quem ainda diga que o nome é originário das inúmeras mortes por afogamento. O rio não deixa de ter trechos com fortes corredeiras e de ser perigoso, mas existem trechos bastante calmos e foi num deles que realizamos o passeio de ontem.

Saímos de Primavera num grupo de aproximadamente trinta pessoas e cinco barcos, todos orientados pelo amigo João Radical. Devidamente colocados os coletes, churrasqueiras e caixas de isopor a bordo, iniciamos a que se tornou uma das mais maravilhosas experiências da minha vida. A noite parecia dia de tão iluminada. Apenas o clima de inverno foi capaz de conter o desejo de descer o rio boiando e delirando com o luar e o som da água. Deixando a vida, ou melhor, a correnteza nos levar, flutuamos aproximadamente 30 km percorridos em três horas e todos os problemas foram abandonados a montante. A vida realmente é bela, em todos os sentidos.

Sobrou, além da sensação de relaxamento completo, bastante peso na consciência porque tenho o projeto de uma ONG, a Tsirobó – Associação Ambiental Rio das Mortes que nem no papel saiu e que poderia fazer muito por esse rio que tantas alegrias já me proporcionou. Tentarei convencer o pessoal da canoagem a ir ao rio domingo novamente durante o dia. Quero descer de rafting.
O primeiro link selecionado é sobre uma pescaria organizada para gringos. O segundo é divertido, possui dados sobre extensão, diz que o mesmo é navegável e que possui sinalização nos trechos de pedras. O terceiro é de um maravilhoso hotel localizado às margens deste:


http://www.tbftt.com.br/materias/riodasmortes.php


http://www.transportes.gov.br/bit/hidro/griomort.htm


http://www.aguasclarasparquehotel.com.br/




Essa foto é de uma nascente em Campo Verde:






Trecho próximo a ponte da MT 130 que entre Primavera e Paranatinga






"Se Deus Quiser, um dia quero ser índio

Viver pelado pintado de verde, num eterno domingo

Ser um bicho-preguiça, espantar turista

E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol"




terça-feira, 24 de julho de 2007

A respeito da imparcialidade do jornalismo II

Recebi um e-mail de uma prima jornalista que, como quase toda mensagem eletrônica, não tem grande fundamentação teórica nem utilidade cultural. Abri porque ela praticamente não envia mensagens "comerciais", e então desconfiei que fosse algo pessoal e não aquelas mensagens repassadas com o único intuito lógico de espalhar o endereço e posteriormente recebermos vírus.

Como estou tocando no assunto, aproveito para destacar comportamentos importantes para quem deseja que seus e-mails sejam lidos.

1. Envie mensagens pessoais, aquelas que pessoa realmente perceberá que foi enviada para
ela.

2. Coloque um endereço no remetente e os demais como cópia oculta.

3. Não envie imagens picantes ou pornográficas pois muitas pessoas costumam abrir suas caixas no ambiente de trabalho ou com a família por perto.

Voltando ao assunto, o e-mail me fez pensar em adequá-lo à realidade primaverense e resolvi colocar minha imaginação para funcionar. Parte e-mail, parte elucubração:

Estudo de CASO: A História de Chapeuzinho Vermelho contada por...

*JORNAL NACIONAL*
(William Bonner): "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo
na noite de ontem...".

(Fátima Bernardes): "... Mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia".

*FANTÁSTICO*
(Glória Maria): "... Que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa
menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?

*BRASIL URGENTE*
(Datena): "... Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as
autoridades?! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte
público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo
safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não
tenho medo de lobo, não."

*REVISTA VEJA*
"Lula sabia das intenções do lobo".

*REVISTA CLÁUDIA*
"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no
caminho".

*REVISTA NOVA*
"Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama".

*REVISTA MARIE-CLAIRE*
"Na cama com o lobo e a vovó".

*FOLHA DE S. PAULO*
Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador".
Na matéria, com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um
imenso info gráfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva
pelo lenhador.

*O ESTADO DE S. PAULO*
"Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT."

*ZERO HORA*
"Avó de Chapeuzinho nasceu no RS".

*AQUI*
"Sangue e tragédia na casa da vovó".

*REVISTA CARAS*
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de
hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS:
"Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou
outra pessoa".

*PLAYBOY*
(Ensaio fotográfico no mês seguinte) "Veja o que só o lobo viu".

*REVISTA ISTO É*
"Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente."

*G MAGAZINE*
(Ensaio fotográfico no mês seguinte) "Lenhador mostra o machado"

*JORNAL LOCAL*
Graças ao trabalho da administração municipal em segurança pública, lenhador prestador de serviços da secretaria de obras salva moça inocente de estudante barraqueiro da universidade pública.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Águas de julho

São Pedro enlouqueceu: hoje, dezoito de julho, safrinha de milho, amanheceu chovendo. Não é a chuva do caju, certamente, muito cedo; é uma chuva sem razão de ser, muito teimosa. Gosto de observar que uma amanhecida úmida modifica completamente o ambiente. O ar está mais puro, O “Niti” (meu bonsai) está mais verde, meus colegas de trabalho mais animados e eu estou mais apreensiva porque literalmente parei para pensar na importância da água.

Sabemos que a água é considerada o novo petróleo, que as previsões de Terceira Guerra são oriundas da falta de água, etc. Gosto dessa guerra mais que das anteriores pois envolve subsistência e não ganância, parece que nosso sistema capitalista, que está permitindo a devastação dos recursos naturais nos está tornando mais humanos (ao menos no quesito causas de futuras disputas). Obviamente que o possuídor de maiores recursos materiais vencerá a guerra sobre o portador dos naturais, a não ser que o segundo perceba sua riqueza em tempo de desenvolver, sustentavelmente, o dinheiro e estrutura necessários para o previsto futuro.


Na edição anterior da Revista Superinteressante, a capa trazia as usinas atômicas e a energia nuclear como salvação ecologicamente correta na produção de energia, a capa é resultado do ideologismo intrínseco à mídia, já estamos nos aproximando do caos com a questão de superaquecimento global nunca tão debatida. Talvez o Enéias tenha sido o político mais ambientalista do país, já que defendia as usinas nucleares e a produção de uma bomba atômica, ambas necessárias para a preservação do meio ambiente. Nosso Brasil, caso as previsões sejam cumpridas, certamente será atacado pois somos os donos da Amazônia e os reis da água doce (13,7 % da reserva do planeta).



Mesmo assim, 40 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, dentre eles meus visinhos. Explicando melhor, do outro lado da rodovia existe o bairro carente de Primavera do Leste que por incrível que pareça não possui água encanada de forma que os moradores atravessam a BR 070 e vêm até aqui no armazém para buscar água, este tão precioso recurso. Outras informações tristes são que 70% das internações hospitalares brasileiras são causadas por doenças relacionadas à contaminação da água; que em São Paulo, estima-se que 70% da poluição das águas são de origem doméstica e 30% de origem industrial; e que o índice de desperdício de água no Brasil chega 40%, contando o setor de produção e as residências.



Será que o homem não descobrirá uma forma de realizar o antônimo de salinizar? Tanta água no mar, deveria ser mais fácil descobrir este processo que pisar na Lua e são essas pesquisas ou as faltas delas que me permitem afirmar que definitivamente não compreendo muito bem os homens, meus irmãos na Terra. Alegro-me em não ter filhos pois evito o sofrimento dos mesmos e satisfaço-me em saber que ainda posso tomar banho de cachoeira sem riscos de acidentes nucleares. Talvez volte a ter como tema de minha monografia os recursos hídricos.
Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem teu olhar
A planta pede chuva quando quer brotar
O céu logo escurece quando vai chover
Meu coração só pede o teu amor
Se não me deres posso até morrer

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Semelhanças entre Jornalismo e o Cometa

Jornalismo sério, imprensa imparcial, profissionalismo em jornais. Não tratarei de impossibilidades no tema de hoje e sim de ética. Faz-se necessária a lembrança de alguns conceitos que esclarecerão meu objetivo em poucas palavras.

Positivismo é considerado por mim como um meio de vislumbrar o universo e a ciência, como se existisse uma verdade absoluta e correta. Para seu ilustre representante Comte, a sociedade é um organismo composto por membros em harmonia e todos os problemas são ocasionados quando um destes fica adoecido de forma que existe tratamento e cura para tudo que abale a harmonia proposta. Nesse sistema de pensamento, considero-me uma das células do intestino. Importante destacar também que para essa turma, a Ciência pode chegar a uma conclusão, pois existe deus, quer dizer, verdade absoluta e, através da experimentação baseada em metodologia obteremos um resultado imparcial e real.

Sendo mais negativistas, ou realistas, como diz a mãe de uma amiga, lembremos que quem desenvolve a pesquisa é um ser humano, assim como nós, neurótico. Na verdade, neurótico não é o adjetivo mais adequado, pois o cientista/pesquisador é diferente de nós porque somente o fato de estar pesquisando já o define como paranóico e também com muito menos imparcialidade que a existente nos seres não científicos, pobres mortais. Seguindo essa linha de raciocínio, dentro da maravilhosa Epopéia do Pensamento Ocidental, encontramos uma escola proprietária do argumento que gostamos de usar quando estamos “perdendo” uma discussão: tudo é relativo! No período de desenvolvimento da mesma, inseridos nas mais modernas linhas de pensamento iluminista, os cientistas estavam tentando admitir que são passíveis ao erro; que as teorias de Newton, por exemplo, podem um dia ser contestadas; que não haverá imparcialidade enquanto houver humanidade; que a Psicologia pode ser considerada um ciência humana, assim como a veterinária é de fato uma espécie de medicina; e que os jornalistas nunca serão imparciais, apenas alguns poucos terão ética.


Ética: quem será essa conduta desconhecida na sociedade capitalista? Difícil descrever alguém há muito não convivente conosco, mas tentarei, afinal, é só encará-la com o Cometa Halley (todos sabemos que existe mas só o viram, os seres da geração passada e retrasada) e tudo se tornará possível. Ética seria um comportamento relativamente imparcial (gostei do conceito!), no qual o jornalista descreveria os fatos baseado nas informações, livre de opiniões pessoais e acordos monetários com políticos.


Já que estou tocando neste assunto, pena não ter escrito no texto anterior que a maior desvantagem de se viver no interior é possuir apenas um jornal e que, quando o editor “se vende” até mesmo ações bem intencionadas se tornam acordos políticos “monstrengos”. Vale também registrar que existem pessoas, com boa capacidade de raciocínio e com boa capacidade para escrever, como exemplo Diogo Mainardi, que se consideram jornalistas e adoram dissertar criticamente a respeito de qualquer assunto sem preocupação alguma com a verdade dos fatos, ou seja, o maior problema de se viver em Primavera é que possuímos um suposto jornalista que se encaixa nas descrições anteriores, embora certamente já tenha se autodenominado positivista ético.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sobre viver no interior







Sobre morar no interior. Bom ou ruim? No último fim de semana visitamos a capital de Mato Grosso para assistir a um show que pode ser denominado como metrópole da música brasileira: Caetano Veloso embarcando no rock. Durante minha estada (destacando-se que estadia não é o termo adequado para pessoas), percebi a cidade de forma bastante curiosa, embora há tempos não saía de Primavera, não culpo o período e sim minha percepção pela mudança.

Primeiramente destaco que senti, como já o havia sentido, medo de ser assaltada e isto é péssimo! Significa que minhas neuroses ainda estão vivas, ou conseguiram cavar e surgir das covas onde eu as havia depositado. Também senti fúria no trânsito, mesmo não estando em um veículo e sim num, digamos que confortável hotel, esperando minha carona que passou no Mac Donalds para comprar um lanche e ficou preso no tráfego obrigando-nos a não ouvir a primeira parte do espetáculo e deixar-me com a percepção do “odeio muito tudo isso”.

Após o show, diga-se de passagem grande show que quase me convenceu de como seria bom viver em uma cidade “mais civilizada”, senti-me meio underground cult, perfeitamente encaixável em uma boate GLS ou em algum bar alternativo, quando lembrei que estava vestida com apenas a primeira parcela da roupa, maquiada, que ainda quero ter filhos e que o mesmo nível musical só seria possível no famoso Tom Choppin, bar caro que possui uma banda com instrumentos de sopro. Nessa hora também amei estar em Cuiabá, só não gostei muito de lembrar que sou pobre e para o velho conhecido chope com bela vista Av. da Fernando Correia fui.

Dancei, masturbei meus ouvidos, conversei com gente inteligente e continuei amando estar na “cidade grande”. Dormi mal, muito barulho. Voltei a odiar lá. Entre este último amar e odiar teve um maravilhoso escaldado. Acordei atrasada (redundância) e demorei muito mesmo para sair da fumaça, barulho e poluição visual. Ponto para a ex capital da soja. Vi gente pedindo esmola.

Em Chapada, interior tumultuado pelo Festival de Inverno, os pontos para a capital foram se sobressaindo, como se um milagre acontecesse, valendo o destaque que a respeito do turismo em Mato Grosso tudo é possível. Decidimos que merecíamos almoçar no melhor restaurante com cozinha típica, influenciados um pouco pelo chef presente na turma e outro tanto pela localização do restaurante que está situado no ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico como descreveu Caê na noite anterior. Surpresa: cartões de crédito não são aceitos, o que na minha visão significa que turistas também não são bem-vindos.

Nada surpreendente já que vivemos num país em que a malha área foi para o espaço e que a ministra sexóloga nos indica relaxar e gozar. Em Chapada dos Guimarães não existe banco 24 horas e o garçom não sabe o preço da cerveja! Coisas de interior!!!!!!

De qualquer forma, preciso dormir e estou contente porque demoro apenas meio cigarro para chegar no escritório amanhã, como vocês leitores já sabem. Indico a vocês uma viagem à Chapada e também ao Pantanal, mas venham com cash nas carteiras.
Bom descanso a todos.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Um bombril em minha vida


Certa vez me disseram que fumar maconha é como colocar bombril na antena da TV. Lembro-me bem de como a Xuxa ficava mais loira, cada vez mais branquinha quando eu mexia naquele pedaço de palha de aço. Falando nisso, descobri essa semana que lâmpadas também servem como antena, e ainda aproveitando o assunto, lembrei-me do desespero que é assistir ao futebol quando a antena, ou lâmpada, não está trabalhando a favor de nosso time, o que pode ser ainda mais frustrante quando é o juiz quem não o está.

Mas em tempos de Lula e de TV digital, o assunto definitivamente não é esse. Este é bastante pessoal, mas objetivo e digamos assim, genérico. Quero contar a vocês que já devem ter me abandonado (porque eu abandonei este blog), que de repente me sinto bem… Não saberia responder se são os quilinhos a menos ou as perspectivas de mudança, mas o que interessam não são as causas e sim os efeitos (já li isso em algum lugar!!!!). O legal é que meu caminho para o escritório no sábado foi mais ou menos como tomar chá de erva doce na chuquinha com as pernas para cima observando as dobrinhas da perna (que todos achavam fofinhas e que hoje são um problema) e esperando o líquido descer fazendo bolhas.....lembro até hoje do gosto da borracha e da temperatura do líquido.


O Sol estava alto (já era 10 horas da manhã) mas não fazia muito calor. Trabalho perto de casa, aproximadamente um cigarro e uma música entre os recintos, mesmo assim, no sétimo dia desta semana este pequeno percurso pareceu-me uma eternidade. Vi tanta coisa e pensei tanto, amo meu humor de ultimamente! Próximo ao portão havia um cachorro muito fofinho que tentou comer o pneu do meu carro, em seguida um casal de namorados andando de bicicleta e de mãos dadas (obviamente que cada um estava em uma bike), também havia uma mãe catando piolhos de uma criança na calçada, o caminhão do meu chefe na minha frente jogando poeira em minha janela e uma guria carregando uma boneca em um carrinho de bebê.

Sei que pode parecer ironia, mas nunca presto atenção nas vidas deste caminho e elas estavam tão límpidas, tão presentes e afetando suficientemente minha sensibilidade de forma que acredito que eu esteja melhorando enquanto pessoa. Estou menos concentrada em mim, no meu egoísmo e mais disposta à vida e suas extensões. Dessa forma, deixo um “viva” a maconha e as lâmpadas queimadas!!!!!!!!

sábado, 26 de maio de 2007

Sábado


Sábado para mim já foi:
dia de caminhada no mato,
dia de lavar cachorro,
dia de ir ao salão de beleza,
dia de cuidar do carro,
dia de compras,
dia das pendências,
dia de filmes,
dia de inglês,
dia de estudar,
noite (não necessita de descrição).

Decidi mudar meus sábados, ando muito cansada e sem inspiração. Sábado agora será dia de descanso, sem compromissos sociais, aceitando apenas um caldinho com o amigo Guará ou o peixinho com a Micha. Talvez um compromisso intelectual se for por paixão, com Saramago, por exemplo, aceitaria.

Até o todo-poderoso descansou no sétimo dia e me dei o direito de separar o sábado para atualizar meu blog e relaxar. Abaixo os compromissos!!!!!!!! Nada de morrer na contramão atrapalhando o sábado, apenas tesão nos próximos.

Bom fim de semana para nós. Aproveitem Vinicius, um pouco de poesia combina com o dia:


Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.

Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em [cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e [sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A apologia do grito

O Grito - The Scream (The Cry) - 1893 - Edvard Munch

"Nada nesta paisagem conduz ao senso de horror revelado por Munch. Apesar do sol desmaiado, não é o fim do mundo, nem o advento do holocausto, nem o início de uma guerra desastrosa. Ou será tudo isso ao mesmo tempo?"

Nesta sexta eu não saí de casa
Este mês nada havia na oficina, no inventário

Mas o grito solitário não basta
Perdoe a ausência, leitor imaginário

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Luto


Último prazo para assinatura dos convênios entre a UFMT e o Executivo Municipal.



luto

sábado, 21 de abril de 2007

Apesar de vocês

Chico Buarque escreveu a cançao abaixo em 1970, mas infelizmente ela ainda é atual. Deixo-a como homenagem para a administração pública atual, e especialmente homenageio aqui o secretário de adminisração, aquele que irá me processar. Clique no vermelho e o conheça melhor.

A foto foi tirada durante a sessão extraordinária da Câmara no dia 20 a qual rejeitou as contas do executivo municipal equivalentes ao período de 2005, acompanhando decisão do TCE, por 5x4 e 1 abstenção.
Apesar de você - Chico Buarque 1970

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A Primavera de Che é uma cidade

Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera
De todos os conselhos do senso comum em relação a enfrentarmos pessoas ou situações que julgamos ou que os outros consideram grandes, o único que nega essa tendência ao medo, ao menos que me recordo, é a estória do Davi e do gigante Golias. Não a conheço muito, mas tenho impressão que a li em uma coleção que minha mãe me deu a respeito da Bíblia e histórias da mesma para crianças. Era minha coleção preferida! As estórias mais legais estavam nela, tinha menino engolido por baleia, irmão vendido que vira faraó porque consegue prever o futuro e, salvo engano, o pastor de ovelhas que mata um gigante com seu estilingue.

Parei um pouco para fumar um cigarro e ativar o fundo de minha memória. Lembrei de algo que me previne que em águas de tubarão não há peixe pequeno, outro conselho é que manda quem pode e obedece quem tem juízo, outro ainda, que tenho dois ouvidos e uma só boca. Recordações medíocres! Ainda bem que existe uma instrução religiosa e me autodenominarei Dayi, assim encontrarei forças para continuar lutando contra a prepotência e injustiça da administração pública.

http://www.primaveradoleste.mt.gov.br/web/

Notícias como estas me levam a buscar meu interesse em educação religiosa. Errei, irei me retratar, mas acredito que o ideal seria o Golias pisar nesta formiguinha, dizer que a mesma está enganada, esclarecer o erro e não percebê-la como pedra em seu caminho de forma a gastar os recursos preciosos que ele administra com tanto zelo no intuito de tentar calá-la ou ainda retirá-la do asfalto tão amado e prometido.

O conto de Dayi é que ela não tem dois olhos e possui uma grande boca (lábios finos. rs). Boca que não se fechará porque há um ignorante na sua frente. Na verdade, um pouco mais a frente há um ideal e um sonho em ver seu povo, sua cidade e sua vida evoluir, de forma que a ignorância no caminho está tentando impedir a passagem. Mas a nanica sabe que é melhor morrer em pé que viver ajoelhada. Ótimo! Minha memória voltou a funcionar e recordei que existe Che Guevara. Apagarei o cigarro e vou dormir porque a luta continua! Mas deixo mais duas frases dele para vocês, uma lá em cima e outra aqui. Boa noite leitores imaginários

Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário