quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu acredito em milagres

Essa semana eu recebi uma conta que estava atrasada desde março. Qual a técnica: FÉ. Tenho fé em milagres e também poder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), já que só recebi o referid0 crédito após visita a um pastor objetivando que o mesmo “encaminhasse” sua ovelha para retidão (leia-se adimplência).

A IURD utiliza-se de seu discurso sobre a verdade para estabelecer as relações de poder. O poder está associado ao saber, que confere autoridade ao discurso, conferindo-o o grau de VERDADEIRO, tudo isso segundo Foucault. Para o mesmo, a verdade é transitória e sujeita a questões sociais. Exemplo disso são os pecadores que já foram queimados e hoje encontram-se alocados na classe de desgarrados.
Em Vigiar e Punir, o autor analisa os dispositivos de poder e saber que permitem a produção de sujeitos dóceis, modernos e úteis, o mesmo que crentes, para a visão IURD. Ela, através de seu saber religioso, apropria-se de valores em detrimento de uma OBRA. A sua Teologia da Prosperidade determina que o fiel obterá tudo, desde que viva em conformidade com a fé, ou seja, com a orientação do pastor, que inclui entregar o dízimo e realizar ofertas.
O controle social é realizado enfatizando-se a assiduidade na Igreja, que organiza diversos eventos: campanhas, batismos, purificações, propósitos, escola bíblica, entre outros. Eu mesma conheço duas “crentes” que abandonaram a Igreja pela pressão por suas faltas. Semana passada soube de uma prima minha que está namorando um evangélico e que recebeu uma ligação do pastor perguntando por que o namorado dela estava faltando aos cultos. Não preciso especificar a resposta, né?
Objetivando o controle e o poder, os pastores transformaram a inocente confissão (que dava saber ao padre) em objeto de coerção na comunidade, já que eles decidem quem deve dar “testemunhos” de seus pecados durante o culto para que todos os irmãos saibam, ou melhor, aprendam com a humilhação do próximo.

O crescimento do poder desta Igreja está diretamente relacionado e ligado aos interesses do Capitalismo e princípios econômicos modernos. A contribuição para a OBRA dá aos fieis o direito de sentirem-se sócios de deus e gozarem dos empreendimentos de felicidade na terra. Assim como o marketing enfatiza a ESCOLHA do consumidor, essas Igrejas também apelam para a opção de ser feliz, pois a “entrada” na igreja propiciará as mudanças desejadas.
Como capitalista, aprovo os pastores que orientam seus fiéis a pagar seus débitos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Não ligue para essas caras tristes fingindo que a gente não existe"...