terça-feira, 20 de abril de 2010

A fé e o tempo

Como é difícil ter fé. Passei um bom período da minha vida como atéia e era bem mais fácil. Durante este tempo eu simplesmente não cria em nada e tudo quanto havia era acaso. Se meus planos não dessem certo, havia menosprezo pela minha “incapacidade” e quando eu alcançava, mesmo não merecedora, havia um exacerbamento das capacidades.

Hoje tenho fé, mas é difícil mantê-la. É complexo porque o entendimento do tempo só ocorre no futuro e me faltam buracos de minhoca para acompanhar as coisas e a realidade. Sei que as coisas seguem um rumo e que embora haja livre-arbítrio, algumas são inevitáveis, se não nessa, ao menos na próxima encarnação. Sei que todo sofrimento tem como objetivo a evolução e a aprendizagem e que precisamos ter fé. Mas ela fraqueja, assim como Pedro que deu os primeiros passos sobre as águas e depois precisou ser socorrido pelo Messias. Este trecho bíblico traz como símbolo de aprendizagem a necessidade que temos de não esquecer, mesmo quando temos dúvidas, que a Espiritualidade está conosco e que há um caminho a ser trilhado, acompanhado e mudado pela mesma conforme nossas escolhas e comportamento.

É nisso que acredito hoje, e é isso que tenho encarado como desafio: SABER, ter CIÊNCIA que minhas escolhas me levam a caminhos, mas que eles sempre terão, embora com buracos, adversidades e outros percalços dependendo do atalho, o mesmo FIM. Cabe a mim exercitar as ações que levam às melhores conseqüências, ou seja, me aproximam da FINALIDADE mais facilmente.



Childhood living is easy to do
The things you wanted I bought them for you
Graceless lady, you know who I am
You know I can't let you slide through my hands
Wild horses couldn't drag me away
Wild, wild horses couldn't drag me away
I watched you suffer a dull aching pain
Now you decided to show me the same
No sweeping exits or offstage lines
Can make me feel bitter or treat you unkind
Wild Horses couldn't drag me away
Wild, wild horses, couldn't drag me away
I know I dreamed you a sin and a lie
I have my freedom but I don't have much time
Faith has been broken tears must be cried
let's do some living after we die
Wild Horses, couldn't drag me away
Wild, wild horses, couldn't drag me away
Wild Horses couldn't drag me away
Wild, wild horses, we'll ride them someday

sexta-feira, 5 de março de 2010

Arquitetura



A respeito da perfeição do universo, fez-se maior minha percepção durante a visita a um amigo. Radical, o João, após uma conversa a respeito do segundo passeio sob a lua cheia no rio das mortes, levou-me ao seu quintal no qual se encontra um avião em construção.

Observando o avião, seu projeto, peças e moldes, o que mais me chamou atenção foram as carapuças das rodas. As mesmas têm formato de rabo de peixe, o qual diminui o atrito e permite aos pilotos mais manobras com maior velocidade. O atrito que naquele avião também será reduzido pois os parafusos (segundo ele rebites) são internos, fixados de forma a qual me foi explicada mas eu pouco entendi, mais ou menos com o mesmo intuito o qual os nadadores se depilam.

Lembrei dos dourados de Bonito/MS nadando fluidamente enquanto eu, com minha máscara idiota destoava do ambiente, aprimorando o que o ser humano tem como principal característica: o nada a ver com a magnitude do mundo. A sorte é que essa destreza é aproveitada de forma prazerosa, quase sempre. Um vôo de ultraleve ou um mergulho ao fundo do mar nos fazem obter uma mescla de emoção que certamente remete à memória genética de nossos átomos a maravilha de ser integrante da mãe natureza, do todo.

Como é bom sentir-se fluido. Sonhar. Sonhar que esta voando ou nadando então: literalmente um sonho! Diametralmente oposto ao cartesianismo dos engenheiros ao desenhar os instrumentos que destoam, que alienam. Sem apologia ao primitivismo ou naturalismo registro esta crítica à falta de percepção das essências, das lógicas que a matemática moderna não conseguiria desenvolver com a perfeição da evolução biológica das coisas. Deveríamos apreender mais as delícias sentidas pelo que os maçons costumam denominar o grande arquiteto do mundo. Perceba-se aqui a distinção entre arquitetura e desenvolvimento de máquinas.

"O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados?
Respondo que o oceano sabe. Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu.
Quem as algas apertam em teus braços?, perguntas mais firme que uma hora e um mar certos?
Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o unicórnio do mar, arpado, morre.
Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de jóias, é infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de uma cornicópia feita de infinita madrepérola.
Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. A única coisa capturada é um peixe dentro do vento." Pablo Neruda

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

construção

sábado, 9 de janeiro de 2010

Dois mil e 10

Bem que não possamos mudar de vida, apenas mudar a vida enquanto ela nos muda.

Que 10 seja o número multiplicador, já que em 2009 ele foi o pequeno número de postagens nesta oficina.

Mas não é uma pena, já que foi o melhor pior ano da minha vida.

Esta canção de Caetano se aproxima à minha relação com 2009.