quinta-feira, 14 de junho de 2007

Um bombril em minha vida


Certa vez me disseram que fumar maconha é como colocar bombril na antena da TV. Lembro-me bem de como a Xuxa ficava mais loira, cada vez mais branquinha quando eu mexia naquele pedaço de palha de aço. Falando nisso, descobri essa semana que lâmpadas também servem como antena, e ainda aproveitando o assunto, lembrei-me do desespero que é assistir ao futebol quando a antena, ou lâmpada, não está trabalhando a favor de nosso time, o que pode ser ainda mais frustrante quando é o juiz quem não o está.

Mas em tempos de Lula e de TV digital, o assunto definitivamente não é esse. Este é bastante pessoal, mas objetivo e digamos assim, genérico. Quero contar a vocês que já devem ter me abandonado (porque eu abandonei este blog), que de repente me sinto bem… Não saberia responder se são os quilinhos a menos ou as perspectivas de mudança, mas o que interessam não são as causas e sim os efeitos (já li isso em algum lugar!!!!). O legal é que meu caminho para o escritório no sábado foi mais ou menos como tomar chá de erva doce na chuquinha com as pernas para cima observando as dobrinhas da perna (que todos achavam fofinhas e que hoje são um problema) e esperando o líquido descer fazendo bolhas.....lembro até hoje do gosto da borracha e da temperatura do líquido.


O Sol estava alto (já era 10 horas da manhã) mas não fazia muito calor. Trabalho perto de casa, aproximadamente um cigarro e uma música entre os recintos, mesmo assim, no sétimo dia desta semana este pequeno percurso pareceu-me uma eternidade. Vi tanta coisa e pensei tanto, amo meu humor de ultimamente! Próximo ao portão havia um cachorro muito fofinho que tentou comer o pneu do meu carro, em seguida um casal de namorados andando de bicicleta e de mãos dadas (obviamente que cada um estava em uma bike), também havia uma mãe catando piolhos de uma criança na calçada, o caminhão do meu chefe na minha frente jogando poeira em minha janela e uma guria carregando uma boneca em um carrinho de bebê.

Sei que pode parecer ironia, mas nunca presto atenção nas vidas deste caminho e elas estavam tão límpidas, tão presentes e afetando suficientemente minha sensibilidade de forma que acredito que eu esteja melhorando enquanto pessoa. Estou menos concentrada em mim, no meu egoísmo e mais disposta à vida e suas extensões. Dessa forma, deixo um “viva” a maconha e as lâmpadas queimadas!!!!!!!!