quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sobre viver no interior







Sobre morar no interior. Bom ou ruim? No último fim de semana visitamos a capital de Mato Grosso para assistir a um show que pode ser denominado como metrópole da música brasileira: Caetano Veloso embarcando no rock. Durante minha estada (destacando-se que estadia não é o termo adequado para pessoas), percebi a cidade de forma bastante curiosa, embora há tempos não saía de Primavera, não culpo o período e sim minha percepção pela mudança.

Primeiramente destaco que senti, como já o havia sentido, medo de ser assaltada e isto é péssimo! Significa que minhas neuroses ainda estão vivas, ou conseguiram cavar e surgir das covas onde eu as havia depositado. Também senti fúria no trânsito, mesmo não estando em um veículo e sim num, digamos que confortável hotel, esperando minha carona que passou no Mac Donalds para comprar um lanche e ficou preso no tráfego obrigando-nos a não ouvir a primeira parte do espetáculo e deixar-me com a percepção do “odeio muito tudo isso”.

Após o show, diga-se de passagem grande show que quase me convenceu de como seria bom viver em uma cidade “mais civilizada”, senti-me meio underground cult, perfeitamente encaixável em uma boate GLS ou em algum bar alternativo, quando lembrei que estava vestida com apenas a primeira parcela da roupa, maquiada, que ainda quero ter filhos e que o mesmo nível musical só seria possível no famoso Tom Choppin, bar caro que possui uma banda com instrumentos de sopro. Nessa hora também amei estar em Cuiabá, só não gostei muito de lembrar que sou pobre e para o velho conhecido chope com bela vista Av. da Fernando Correia fui.

Dancei, masturbei meus ouvidos, conversei com gente inteligente e continuei amando estar na “cidade grande”. Dormi mal, muito barulho. Voltei a odiar lá. Entre este último amar e odiar teve um maravilhoso escaldado. Acordei atrasada (redundância) e demorei muito mesmo para sair da fumaça, barulho e poluição visual. Ponto para a ex capital da soja. Vi gente pedindo esmola.

Em Chapada, interior tumultuado pelo Festival de Inverno, os pontos para a capital foram se sobressaindo, como se um milagre acontecesse, valendo o destaque que a respeito do turismo em Mato Grosso tudo é possível. Decidimos que merecíamos almoçar no melhor restaurante com cozinha típica, influenciados um pouco pelo chef presente na turma e outro tanto pela localização do restaurante que está situado no ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico como descreveu Caê na noite anterior. Surpresa: cartões de crédito não são aceitos, o que na minha visão significa que turistas também não são bem-vindos.

Nada surpreendente já que vivemos num país em que a malha área foi para o espaço e que a ministra sexóloga nos indica relaxar e gozar. Em Chapada dos Guimarães não existe banco 24 horas e o garçom não sabe o preço da cerveja! Coisas de interior!!!!!!

De qualquer forma, preciso dormir e estou contente porque demoro apenas meio cigarro para chegar no escritório amanhã, como vocês leitores já sabem. Indico a vocês uma viagem à Chapada e também ao Pantanal, mas venham com cash nas carteiras.
Bom descanso a todos.

2 comentários:

Carlos Rabelo disse...

Gostei do título. Partilho do seu ponto de vista e lamento como é difícil ter as coisas em equilíbrio com as nossas necessidades como pessoa. Que sina é esta de nunca equilibrar a balança.

Dayani Guero disse...

pois é, meu amigo....acho que este é meu maior problema hoje.

obrigada pelo comentário e carinho

bjo