terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Terra de quem?

Na segunda, 18/02/08, houve o anúncio pelos EUA, ou melhor, pela ONU de reconhecimento da independência de Kosovo. Assistindo ao jornal nacional, lembrei-me do meu terceirão e da professora Eliane tentando nos fazer compreender o que estava ocorrendo por lá e pelo resto do mundo. Acredito que ela era contra os movimentos separatistas mas não me recordo da mesma emitindo opiniões a respeito, lembro-me apenas do seu cartesianismo.

O presidente da Sérvia alega que o precedente aberto pela ONU deixa de assegurar aos países garantia de soberania e território, e ordenou a retirada de suas embaixadas dos países que votaram a favor da independência kosovar no Conselho de Segurança da ONU (vale lembrar que o Brasil não participa do mesmo, embora tenha se esforçado muito para tal).

A mulher mais poderosa do mundo, Condoleezza Rice, parabenizou os albaneses pela soberania. As quase 2.000.000 de pessoas desta etnia estavam sob administração internacional desde o ataque da OTAN para acabar com a repressão de Slobodan Milosevic em 1999. Os sérvios ficaram tristes por considerar este território o berço de sua pátria e tentaram reintegrar a Iugoslávia a todo custo no período pós Muro de Berlim. Este pensamento é apoiado por países que possuem movimentos separatistas e que votaram contra o reconhecimento do Estado de Kosovo, como a Espanha e China.

Será que o Brasil acompanharia os países citados, caso tivesse seu assento no Conselho? O movimento separatista nacional possui algum grau de periculosidade? História tem. No século XVIII, o indígena Sepé Tiaraju declarou que a aquela terra tinha dono durante as missões jesuíticas. Já no século XIX houve a Revolução Farroupilha, comemorada até hoje nos CTGs e que inspirou outras revoluções no Brasil.

Costurando todas as informações, é importante destacar que a maioria das atrocidades ocorreu pelo sentimento de superioridade racial (acobertada pela religião) e o bom senso nos leva a perceber que o movimento separatista do sul do Brasil é provido deste sentimento e deve ser banido, juntamente com os skinheads e klu klux klan. Conforme minha percepção, devemos buscar a integração e as riquezas oriundas da multiplicidade cultural. Para quem quer saber um pouco mais sobre o movimento de integração e as guerras civis separatistas da região, indico o filme Terra de Ninguém, no qual um soldado bósnio e outro sérvio ficam ilhados em uma trincheira, local em que se dá a tragicomédia.
Branquinha – Caetano Veloso

Eu sou apenas um velho baiano
Um fulano, um caetano, um mano qualquer
Vou contra a via, canto contra a melodia
Nado contra a maré
Que é que tu vê, que é que tu quer,
Tu que é tão rainha?
Branquinha
Carioca de luz própria, luz
Só minha
Quando todos os seus rosas nus
Todinha
Carnação da canção que compus
Quem conduz
Vem, seduz
Este mulato franzino, menino
Destino de nunca ser homem, não
Este macaco complexo
Este sexo equívoco
Este mico-leão
Namorando a lua e repetindo:
A lua é minha
Branquinha
Pororoquinha, guerreiro é
Rainha
De janeiro, do Rio, do onde é
Sozinha
Mão no leme, pé no furacão
Meu irmão
Neste mundo vão
Mão no leme, pé no carnaval
Meu igual
Neste mundo mau

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