segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

A Pedagogia da Libertação Primaverense


Paulo Freire revolucionou os conceitos educacionais sugerindo práticas que ficaram conhecidas como a Pedagogia da Libertação. Estas, de suma importância para a desejada mudança social e para a construção do pensamento crítico, tão necessário aos países em desenvolvimento. Para ele, a tarefa do educador deve ser a de problematizar para os educandos o conteúdo que os mediatiza e não entregá-lo como algo já feito, acabado.

Ele foi criador e defensor de uma pedagogia crítica, considerada perigosa em 1964, ano em que vivíamos o período ditatorial no país. O governo de então não aceitava esse conceito porque não admitia cidadãos livres e conhecedores de seus direitos. A democracia e a educação sempre foram princípios cotidianos na população de nosso município. Primavera do Leste sempre se destacou pela harmonia política, pela qualidade de vida e serviços oferecidos aos seus munícipes. O que está acontecendo? Crianças sem transporte público, acadêmicos privados de seus direitos, processos eleitorais banidos do sistema educacional, além do desrespeito à Lei Orgânica Municipal. Os primaverenses decidiram que a ditadura é o sistema adequado ao seu projeto de futuro?

Em março fará um ano que os acadêmicos da UFMT foram obrigados a abandonar planos, empregos e seus lares e, literalmente, acampar na prefeitura municipal para exigir um direito adquirido. Esses transtornos foram ocasionados pela maneira autoritária que o executivo municipal tem tratado dos interesses da população, principalmente no que se refere à educação. Se houvesse um plebiscito sobre a assinatura de novos convênios entre a Universidade Federal e o Executivo Municipal, certamente os trabalhadores e as famílias de Primavera do Leste votariam a favor, da mesma forma como sempre valorizaram seu direito de eleger quem dirigiria sua escola ou a escola de seus filhos. Mesmo sendo esse o desejo de toda a população, percebemos que as iniciativas de nosso representante nos estão levando a uma direção oposta.

Venho aqui com o intuito de convidar a população a questionar quais ações devemos tomar para evitar que cada vez mais os cidadãos sejam alijados do processo educacional público e de qualidade e, principalmente, do respeito aos seus direitos. Existe legitimidade e legalidade do poder. Quando a imposição de direcionamentos pessoais suprime a democracia o líder recebe ainda legitimidade? Pois legalidade, estamos interpretando que já não há.

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