segunda-feira, 7 de julho de 2008

Like a rolling stone

“Nunca crie nada! Você será eternamente perseguido por isso!” Dylan- Rimbaud

Escrever uma vida é complexo, filmar uma existência é praticamente impossível. Quando se trata da história de um artista, gênio ou afins, nem se comenta. Mas quando outro ser dotado de características e sensibilidade como o homenageado é o responsável pela biografia, podem surgir pérolas de tamanha intensidade que valem um registro nesta Oficina. Estou dedicando este texto a duas pessoas: um querido amigo que me enviou uma música de Dylan em mp3 há um tempo, e que acabou gerando a curiosidade de pesquisar o mesmo e resultou na publicação desta pesquisa; a ao próprio Dylan e sua vida única. Foram as incertezas e transformações de sua existência que pendulam entre sucesso e ocaso, que fazem de sua história um interessantíssimo filme.


Bob, autodidata (aos 10 anos já compunha e tocava violão e piano por conta própria); teve fase cantor folk de sucesso (que serviu como instrumento de protesto); foi rockstar e maníaco religioso. E em todas essas situações, Bob Dylan foi ímpar, e o diretor escolheu atores distintos para dar novo rosto e nova vida ao protagonista.


Desta forma vemos um garoto negro representando os primeiros passos do compositor que acaba engolido por uma baleia e descobre deveria cantar o seu tempo e as suas dores. O cantor folk ganha companhia de Juliane Moore , na fase em que o compositor tornou-se "a voz do povo". Nesta fase do documentário, há fotos imitando os primeiros discos e fotos públicas de Dylan: muito bom!


Sobretudo, chamou-me a atenção o alter-ego do cantor, autodenominado como Rimbaud, um dos grandes poetas da humanidade. Há também a fase roqueira e seus shows polêmicos, sua turnê inglesa e o acidente de moto que o fez dar um tempo da estrada. Esta fase também é marcada pelo mesmo em caixões, que devem representar seus momentos sem gravações ou aparições. Deve ser nestas fases que o outro personagem, o Sr. Robert Allen Zimmerman (nome verdadeiro de Dylan) vive intensamente seu casamento mais longo.

E por fim, vemos Richard Gere, num Bob que vive em uma cidade imaginaria e a defende de um extermínio brusco, em troca da construção de uma estrada (bem big-bang). Todos eles se misturam em um tempo extremamente psicológico que encantam e nos fixam à telinha, merecidamente recebendo indicação ao Óscar.

Entre encontro maluco com os Beatles e a frase escrita no violão: Essa máquina mata fascistas! Vemos um filme sensível e de bom gosto, muito bem dirigido e musicalmente trabalhado de forma sublime.


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